quarta-feira, 5 de junho de 2013


Síndrome do pânico 

e o medo de ter medo






A síndrome do pânico é um problema sério que requer muita atenção e cuidado por parte de pais, parceiros e educadores.
Para entender melhor o que é a síndrome, todos nós temos um conjunto de mecanismos de “alerta” chamados neurotransmissores que são acionados quando nos deparamos com algo que envolve risco. Na crise do pânico, esses mecanismos são acionados desnecessariamente, mesmo sem perigo iminente. É como ter um despertador que toca na hora errada. É um desequilíbrio químico de serotonina e noradrenalina que faz com que a crise aconteça e provoque sintomas extremamente desagradáveis e incontroláveis, como: tensão muscular, palpitação, tontura, náusea, boca seca, dificuldades na respiração, sensação distorcida da realidade, terror – sensação de que algo horrível irá acontecer, medo de perder o controle, medo de morrer, entre outros.
Uma crise de pânico dura poucos ou muitos minutos e é uma das situações mais terríveis que podem acontecer a alguém. A experiência pode se repetir sem o tratamento adequado.
Além disso, existe o medo de uma nova crise, o terrível medo de sentir tudo novamente que toma conta das pessoas e é chamado de transtorno de pânico.
Quem lida com o problema, passa a desenvolver medos irracionais, chamados “fobias” em lugares habituais como supermercados ou elevadores. Quando este sentimento se agrava, a pessoa pode chegar a se isolar em casa e não sair mais para nada (agorafobia).
A família se desespera, se vê de mãos atadas e não sabe como ajudar porque vê o ente querido ou amigo deixar de freqüentar a escola ou trabalho, ficar apavorado até mesmo dentro da própria casa, sem conseguir ficar sozinho.
Não há idade certa para sofrer de pânico, mas sabe-se que há maior incidência em adultos jovens e do sexo feminino.
Algumas famílias não conhecendo a síndrome, dão pouca importância aos sintomas ou medicam de forma equivocada. É importante não forçar um transtornado de pânico a sair de casa e fazer as coisas normalmente porque isso pode agravar os sintomas.
O caminho é buscar ajuda profissional. Médicos e psicólogos sabem como lidar com a questão e auxiliar não só o “doente”, mas seus parentes também.
Se você sofre de pânico ou conhece alguém que sofra, saiba que há muitas possibilidades de controle e até de cura, mas é essencial buscar o tratamento adequado!



Silvia Barros

Gravação para tvb no meu consultório

Clínica








Traição






Será que existe uma explicação lógica e coerente para justificar a traição? Será que só existe uma explicação ou seriam inúmeros os motivos que levam alguém a trair?
Realmente não é possível estabelecer um padrão. Homens traem por pura diversão, mulheres traem por carência de atenção. Homens traem para provar masculinidade, mulheres para chamar atenção.
Existem basicamente dois tipos de traição: a traição sexual e a traição emocional.
A traição sexual é mais comum nos homens por uma razão muito simples: o homem é visual, concreto e socialmente incentivado desde criança a viver sua sexualidade intensamente. Mas isso não significa que todos os homens, escolham trair. É uma escolha transformar o desejo físico em fato ou não. Conta na decisão a percepção moral, a ética pessoal, a maturidade emocional e o autocontrole.
A autoestima também é fundamental, ou seja, pessoas com baixa estima tem dificuldade em dizer “não” e gostam muito da sensação de serem desejadas. Procuram amor verdadeiro e fazem sexo apenas como pedágio para sentirem-se amadas. No entanto o “porre” é brutal quando, no dia seguinte, percebem que foi uma relação fugaz com objetivos distintos, gerando solidão e mais carência. E, para aliviar a carência, envolvem-se novamente esperando o amor verdadeiro.
A traição emocional é muito mais perigosa e danosa pois envolve paixão, envolvimento e expectativa de continuidade. Normalmente mulheres que estão em um casamento tedioso e pouco estimulante em que o parceiro não parece se incomodar nem se desacomodar, apaixonam-se romanticamente e desejam ser salvas do castelo em ruínas que chamoram um dia casamento.
A rotina na relação, o descaso com o casamento, a acomodação, a falta de elogios, a falta de desejo sexual, o fim da admiração, o jogo tirânico de quem manda e quem obedece, a tentativa de anulação do parceiro, enfim, as faltas criam um espaço que pode ser preenchido por excesso de trabalho, excesso de compras, excesso de comida e traição.
A traição, assim como a doença física, é um sinal de que algo vai mal. E, por mais paradoxal que pareça, a traição muitas vezes serve para manter casamentos. Muitos casais buscam fora o sexo que não tem dentro de casa ou a atenção que falta no lar. E porque essas pessoas traem e não se separam? Porque se gostam, porque querem outras coisas que julgam essenciais em seus parceiros e não querem um outro casamento. Buscam apenas preencher lacunas que as ajudam a manter o bom astral, a tolerância, a parceria, a amizade, e porque não dizer, o amor. Parece loucura pensar assim, mas acontece e muito! Somos complexos e complexados…
A traição também pode ser um divisor de àguas muito produtivo. A partir da revelação da traição ou da descoberta traumática que é se perceber traído(a), o casamento pode ser revisto e modificado totalmente. Na psicoterapia o casal trata as mágoas e entende qual ou quais as faltas propiciaram a entrada de um terceiro elemento na relação. Se houver sentimento nesta relação, a traição pode ser a grande oportunidade de devolver a saúde ao relacionamento. No entanto, se o orgulho falar mais alto que o sentimento e que o desejo de recuperar o relacionamento, o casamento infelizmente acaba. Digo infelizmente porque muito provavelmente, com a ajuda da psicoterapia, poderia ser resgatado.
De forma alguma quero dizer que traição é recomendável. No entanto, preciso afirmar que pode ser apenas um sinal amarelo, uma vírgula e não um ponto final.
                                                                                                                                                                             Silvia Barros

O que faz você feliz?


O que faz você feliz?  Certamente não é um bom e suculento Big Mac que apesar de proporcionar muito prazer, não faz ninguém mais feliz. O Mc lanche é feliz, não você! Aí está um primeiro grande engano, confundir prazer com felicidade.
Um bom banho num dia de calor dá prazer, um abraço amigo dá muito prazer, dinheiro dá prazer e conforto, que também dá um enorme prazer. Tomar um vinho no frio com uma pessoa especial dá prazer demais, viajar, comer bem, dormir bem, comprar, nossa… tudo isso é puro PRAZER!
Na confusão tão comum entre prazer e felicidade muitas pessoas buscam novas emoções imaginando que lhes trarão felicidade e, terminam se sentindo frustradas, culpadas e vazias. Muitos casos de infidelidade ocorrem por esta busca insana por felicidade, aquela felicidade que falta na vida de tantos…  É mais fácil imaginar que o outro suprirá nossas faltas.  Muita gente compra mais do que pode, come mais do que deveria, mente, bebe, transgride para ser feliz.
Mas, o que te faz realmente feliz?
Estar apaixonado é delicioso e proporciona uma imensa alegria, euforia. Alguns chamam de felicidade. Mas, e quando a paixão acaba, o casamento termina, a relação morre?  A felicidade morre junto?
Nestes casos a pessoa fica triste e tristeza não é o oposto de felicidade. Tristeza é uma emoção que vem e vai de acordo com fatos externos, assim como alegria. Bom, então se felicidade não é prazer, euforia ou alegria, o que define felicidade?
Felicidade é um estado perene que independe de situações agradáveis ou desagradáveis. Independe de estar só ou acompanhado, de ser rico ou pobre, de ser belo ou feio, enfim, felicidade depende de uma escolha pessoal. Isso mesmo. Sua postura frente a vida e aos fatos é o que faz toda a diferença. Algumas pessoas são fatalistas e estão aguardando o pior sempre, outras,  se vitimizam frente as adversidades e há aquelas que  resolvem reagir e agir!
Se você convive com pais queixosos, você aprende a se queixar também. Se convive com pais infelizes, você tem maior dificuldade em entender tudo isso.
Ninguém tem o poder de escolher quais e quando virão as dificuldades na vida, e elas certamente virão. Mas o poder de escolher como reagir a elas está em nossas mãos, sempre!
Não existem grandes acontecimentos , existem acontecimentos melhores e piores que, se encarados com otimismo, servirão para o crescimento de cada um de nós.
Felicidade é a valorização genuína do que se é, do que se tem, exatamente como está. Querer mais é saudável, desde que sua felicidade não dependa destas conquistas.  O ter pode ser transitório, o SER simplismente é. Nada muda o ser que escolhe ser feliz, nem ter mais nem ter menos dinheiro, beleza, amigos, amores.
Quando você escolhe ser feliz não permanence em um relacionamento doente, não insiste em um trabalho desmotivante, não reclama , age!
Desejo que neste final de ano você faça um único pedido, minto, desejo que você assuma um compromisso consigo mesma(o): Escolher ser feliz!
Feliz 2013…14….15…
Silvia Barros

sábado, 28 de maio de 2011

Transtorno bipolar e psicoterapia

As pessoas que tem em casa um portador de transtorno bipolar sabem o quanto a convivência pode se tornar tensa. É um andar sobre ovos o tempo todo com medo de quebrá-los e desencadear uma crise. O bipolar adoece a família toda junto com ele. Não é simples conviver com alguém que em um momento está aparentemente feliz e eufórico e em outro momento está chorando,pensando em se matar ou tentando realmente tirar a própria vida.
O bipolar é sobretudo um manipulador pois, como não aceita ser contrariado, domina a todos e exige que tudo saia como ele deseja. Quando isso não acontece, dramatiza até que os outros cedam aos seus caprichos.
O transtorno bipolar é caracterizado por fases de mania,depressão ou fases assintomáticas. É um transtorno crônico que ocorre de forma isolada ou mista. O tratamento é realizado com o objetivo de manter o paciente sem sintomas. O paciente bipolar deve ser tratado pelo psiquiatra e pelo psicólogo concomitantemente. O psiquiatra tratará da remissão dos sintomas e o psicólogo atuará na redução dos sintomas de risco de recorrência, melhorando a adesão do paciente ao tratamento, propiciando pequenas e grandes mudanças no estilo de vida e nas dificuldades interpessoais.
Os principais objetivos do tratamento do paciente bipolar em psicoterapia são:

·      Adesão – fazer com que o paciente aceite o tratamento;

·      Funcionamento social e ocupacional – melhorar o desempenho do paciente em atividades sociais e laborativas;

·      Melhorar a detecção de sinais precoces de recorrência;

·     Conscientizar o paciente acerca de sua doença e suas medicações (explicar sintomas, esclarecer prognóstico,instalar esperança,envolver familiares);

·      Promover um estilo de vida saudável por exemplo regularizar ciclo de sono;

·     Criar formas de lidar com estress que, se não administrados apropriadamente, podem provocar episódio depressivo. 

O sofrimento dos familiares é sempre intenso e por este motivo todos os que vivem com o paciente devem ser tratados.  A possibilidade de suicídio é grande, por isso o tratamento deve ser buscado com urgência .